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A Rebelião da Humanidade Contra os Planos de Deus para a Vida 

Brian Murphy, Ph.D.

Antecedentes

O movimento Pró-Vida está em crise porque está a perder a batalha. Está a perder a batalha porque:

1. Não compreende o alcance do mal que está a combater.

2. Falta-lhe uma estratégia principal.

3. Não tem o apoio total da igreja cristã em geral e da igreja católica em particular.

O movimento tem tendência a pensar que se trata de uma batalha para salvar bebés. Centra-se fortemente na questão do aborto. Mais que isso, é uma batalha para salvar os planos de Deus para a vida. É uma batalha que deve envolver a alma de cada um no planeta. Ressoa em cada decisão dessa alma para aceitar ou rejeitar os planos de Deus para a vida.

Contracepção Condenada

A contracepção foi condenada por Deus (História de Onan, Gén, 38) muito antes de a Igreja ter nascido.

Todas as igrejas cristãs, católicas e protestantes, condenaram a contracepção artificial até 1930. Martin Luther disse que a contracepção era “muito mais atroz que o incesto ou o adultério” [1]. A história de Onan (Gén, 38) dá-nos uma base sólida para esse ponto de vista. Além disso, todo o teólogo protestante até 1930 condenou a contracepção. Santo Agostinho condenou a contracepção, referindo-se directamente à história de Onan.

Rebelião Protestante

Na Conferência Episcopal Anglicana de Lambeth, em Londres, no Outono de 1930, a contracepção considerou-se aceitável em circunstâncias especiais. Isto abriu uma porta ao maior mal que o mundo alguma vez já viu. Em Dezembro desse mesmo ano, o Papa Pio XI emitiu a encíclica “Casti Connubii” (Casamento Cristão) que mantinha a doutrina de que a contracepção artificial era “intrinsecamente desonesto”. Ele disse que “em qualquer hipótese os cônjuges, com o auxílio da graça de Deus, podem sempre desempenhar-se fielmente da sua missão e conservar no matrimónio a castidade ilibada de mácula tão abominável.” No entanto, no decurso de três décadas, a decisão de Lambeth penetrou na maior parte do Protestantismo e as directrizes restritivas da conferência perderam-se.

Rebelião Secular

Favorecida por um período de vasta transformação social, em 1930 surge uma força, o movimento de revolução sexual e controlo da natalidade, dirigido por Margaret Sanger, que fundou mais tarde o Planned Parenthood. Opositora soante e incisiva do Cristianismo, Sanger exigiu total liberdade sexual para todos e especialmente para as mulheres. Também exigiu o controlo rigoroso da população, particularmente entre grandes segmentos que denominava “não aptos”. A sua persistente denúncia do apoio do Papa às famílias católicas grandes e os ataques violentos contra a “escravatura” das mulheres por gravidezes não desejadas começou a enraizar-se nos meios de comunicação mais populares, no meio académico, no Parlamento e na Igreja com os católicos e os protestantes.

Rebelião Católica

A grande encíclica papal, Humanae Vitae, foi emitida por Paulo VI em 1968. Reiterava o plano de Deus para a vida, dava uma definição moralmente aceitável de paternidade responsável e repudiava a contracepção. A maioria dos Católicos leigos não a aceitou. Apoiados por teólogos dissidentes, padres dissidentes e até alguns bispos dissidentes, os leigos ignoraram a doutrina e continuaram a usar a contracepção, especialmente a “pílula”, em número cada vez maior. Quer tenha sido aceite pelo clero ou não, a vasta maioria ficou calada acerca do assunto. Qual é o preço desse silêncio?

Preço de Um Clero Silencioso

O preço do silêncio é que um grande número de leigos nas nossas congregações pratica alguma forma de contracepção artificial. Os bancos das igrejas estão cheios de pessoas que fizeram vasectomias, laqueação de trompas e histerectomias. As mulheres tomam a pílula e os homens usam métodos de barreira. As famílias pequenas abundam; as famílias grandes são poucas. Estes factos são provados independentemente das baixíssimas taxas de infertilidade em cada sector da sociedade indo até ao nível nacional. O problema das baixas taxas de fertilidade estende-se internacionalmente a todo o mundo. As taxas de fertilidade estão a baixar em todos os países do planeta.

O Plano de Deus para a Vida Abortado

A prova de que a humanidade se desencaminhou completamente é agora manifesta no mundo. Deixámos de nos multiplicar. Sessenta e um países têm taxas de fertilidade abaixo da taxa de reposição. A taxa de reposição é 2.1 filhos por mulher. São necessários dois para repor os pais e 0.1 para recuperar a mortalidade infantil e as mulheres que não podem procriar. Uma taxa de fertilidade de 2.1, a longo prazo, não multiplica a população – apenas a mantém. Algumas taxas de natalidade em "países católicos" estão a cair em catadupa - Itália (1.2), Espanha (1.15), Portugal (1.37) e Irlanda (1.9). A média da maior parte da Europa é 1.4. A dos EU é 1.99. Esta realidade é bem conhecida pelo governo dos EU que prevê que a actual situação com a Segurança Social, que tem quatro pessoas empregadas por cada pessoa a receber subsídio, diminuirá de 2 para 1 por volta do ano 2030. Não é provável que a economia possa apoiar tal situação. A Itália enterra mais pessoas do que nascem. A Rússia perdeu 500,000 do total da população, desde 1989. A Europa reduzir-se-á a uma fracção da sua população actual no final do séc. 21. O Japão, que tem uma imigração irrelevante, perderá 25% da população em 2050. Não só desobedecemos a Deus ao pararmos de nos multiplicar, como não povoámos a terra. A Austrália, um continente quase do tamanho dos Estados Unidos, tem apenas 19 milhões de pessoas contra 280 milhões dos EU. Grande parte da América do Sul é tão escassamente povoada que os telefones não existem a não ser nas cidades maiores. A população inteira do mundo cabe no Estado do Texas, com 100 metros quadrados por pessoa, que é uma densidade ligeiramente mais elevada do que a de São Francisco, mas ligeiramente mais baixa que a da Bronx em Nova Iorque.

Caídos em Desgraça

O que é que o Espírito Santo está a dizer à Igreja? O Espírito Santo está a dizer que o plano amoroso e procriador de Deus tem sido substituído pelo nosso próprio plano egoísta de contracepção. A mentalidade da contracepção infectou a Igreja. Um dos maiores efeitos é a queda em desgraça, que tem como resultado uma cegueira da realidade circundante. Existe uma perda de temor e respeito pelo plano procriador amoroso de Deus. Em consequência, os pais começam a ter um medo falso do impacto económico e emocional das crianças ao ponto de as crianças não serem desejadas. Existe uma perda na fé viva em Deus como providente. As relações conjugais acabam por se deformar por um amor desonesto.

Fruta Apodrecida

Não houve um único “benefício” prometido pela contracepção, nos anos sessenta, que fosse alcançado. Em vez disso, aconteceu o contrário daquilo que os seus promotores tinham prometido. Supunha-se que a pílula faria com que os casamentos fossem melhores, ao aliviar os pais da preocupação da gravidez na relação sexual. Não se conseguiu cumprir essa promessa. Na realidade, o que aconteceu foi o contrário. A taxa de divórcio subiu de 25% em 1960 para 50% em 1980, ao mesmo tempo que o uso da pílula se espalhou. Embora outros factores estivessem envolvidos na crescente taxa de divórcio, é difícil supor que a pílula melhorasse os casamentos. Os contraceptivos de barreira deviam supostamente reduzir as doenças sexualmente transmissíveis. Aconteceu o contrário. A pílula supostamente devia reduzir o aborto. Aconteceu o contrário. Na realidade, as clínicas de aborto fornecem contraceptivos gratuitamente aos seus clientes, porque sabem que isso é bom para o negócio. Cerca de 50% do total dos abortos deve-se a falhas nos contraceptivos. Os abortadores sabem que irá haver falhas nos contraceptivos e que a mulher, com ou sem o seu companheiro, tentará fazer um aborto.

Há uma falta de respeito pela autoridade da doutrina moral da Igreja. As pessoas que não sabem confiar na Igreja, na doutrina moral sobre a contracepção, também não confiarão na Igreja noutras áreas, como a do aborto. Cerca de 22% (60 milhões) da nação é católica. Ainda assim, os censos nas clínicas de aborto indicam que é tão provável que as mulheres católicas façam um aborto como as mulheres da população em geral. Ser católico parece não fazer diferença!

A raiz principal do aborto é a contracepção. As razões que uma mulher dá para abortar são as mesmas razões que a fazem usar contraceptivos. O aborto vem a seguir à contracepção assim como a noite vem a seguir ao dia.

Voto Imoral

Por fim descemos à arena política onde tanto esforço por tanta gente é gasto a lutar por causa da questão do aborto. As pessoas andam, acenam com bandeiras, rezam e gastam largas somas de dinheiro exercendo pressões mas a situação política está de volta. A mentalidade da contracepção é tão perversa e penetrante que provoca um desinteresse nas causas pró-vida e produz o voto imoral. Em 1992, cerca de 44% do país votou em Bill Clinton. Cerca de 44% dos católicos que votaram, votaram em Bill Clinton. Ser católico não parecia fazer diferença. Bill Clinton vetou duas vezes a lei do aborto parcial. Depois das eleições de 1996, o número de votos mostrou que 53% dos católicos que votaram, votaram em Clinton. Em 1998, no estado da Califórnia, 58% do total dos votos para Governador foram para Gray Davis. Gray Davis promoveu avidamente a sua tomada de posição pró-escolha (pró-aborto) e tendo ganho as eleições está, neste momento, a dispender milhões de dólares do orçamento de estado para fundar clínicas de aborto. Dos católicos que votaram, 58% votaram em Gray Davis para Governador. Mais uma vez, ser católico não fez diferença. O voto cristão não-católico em Davis foi ligeiramente mais baixo (47%), mas, ainda assim, um pobre testemunho dos valores pró-vida. A percentagem devia ser zero! Veja-se A Decepção da Contracepção para mais informações e referências estatísticas.

A maior organização pró-vida que exerce pressões políticas no país, a Direito Nacional para a Vida (NRL) recusa tomar posição sobre a contracepção. Também eles parecem estar cegos quanto ao papel do colapso na cultura da morte.

Armas de Satanás

Satanás quer destruir a raça humana e o plano de Deus para a vida. Agora, ele tem armas que ultrapassam de longe o poder da doença e da espada. A contracepção já reduziu mais a raça humana do que alguma vez as guerras e as doenças. O Papa João Paulo II observava na sua carta encíclica, Evangelium Vitae, que a degradação moral parece ser maior onde a mesmos ambientes que recusam o ensinamento da Igreja sobre a contracepção. Ele salienta que a "contracepção e o aborto estão muitas vezes intimamente relacionados como frutos da mesma planta.” Já não há mais necessidade de defender a Humanae Vitae com argumentos teológicos e filosóficos bonitos. A fruta apodrecida da geração da contracepção fala por si. A contracepção pertence à cultura da morte.

Arrependei-vos e Sereis Salvos!

Para os homens de boa-fé, a única saída é arrepender-se e aceitar o plano de Deus para a vida. Os leigos devem arrepender-se da sua má prática da contracepção. O clero deve arrepender-se do seu silêncio, do medo de falar e da falsa doutrina.

Falta de Estratégia

Existem 300,000 pregadores cristãos nos Estados Unidos. Desses, 19,000 são católicos. Cada pregador é apoiado por uma organização paroquial com um orçamento médio anual de aproximadamente $200,000. Isso vem a dar um gasto total de $60 biliões. Ninguém pode dizer que as forças pró-morte, que dispendem milhões de dólares, ultrapassam as forças pró-vida. O problema é que o pregador está paralisado! Portanto, uma estratégia pró-vida sucedida deve incluir o renovamento e o rejuvenescimento do pregador com ensinamentos morais, especialmente o plano de Deus para a vida e o mal da contracepção artificial, o aborto e a eutanásia.

Profecia

A cultura da morte não será vencida até que se arrependam da prática da contracepção.

Remissão e Salvação

Jesus Cristo é o autor da vida, o que sana a vida, o redentor da vida, o provedor da vida em abundância e o doador da vida eterna. Aqueles que são chamados a proclamar e a ensinar a mensagem da salvação através de Jesus Cristo estão, portanto, compelidos a proclamar o plano de Deus para a vida, alertar contra qualquer perigo que ataque esse plano e a levar directamente os homens a arrependerem-se da sua rebelião contra o plano de Deus para a vida.

Legislação

É mais provável que aqueles que escolheram o plano de Deus para a vida votem pró-vida. Então, as leis poderão ser aprovadas para proteger toda a vida humana. Só nessa altura é que a contracepção, o aborto, a eutanásia e a cultura da morte desaparecerão na história.

[1] Charles D. Provan, The Bible and Birth Control, Monongahelia, PA, Zimmer Printing, 1989, 81.

A Decepção da Contracepção

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